O que está por trás do documentário o Dilema das Redes?

Estamos conectados na internet 24 horas. Hoje, podemos dizer que os smartphones chegam aos 4 cantos do mundo, com algumas limitações, é claro, mas a tecnologia já atingiu patamares nunca imaginados.

Compramos tudo o que quisermos em apenas um clique, pedimos um Uber em poucos segundos, fazemos transações bancárias e podemos nos comunicar com qualquer pessoa sem nenhum problema. E isso está evoluindo cada vez mais.

E quais são os benefícios e malefícios que um avanço tão estratosférico pode nos proporcionar? É sobre isso que o documentário da Netflix “O Dilema das Redes” trata. E ele não é nada despretensioso: é como uma denúncia do que está por trás das curtidas no Facebook ou dos comentários no Instagram.

Posso adiantar, é muito mais profundo do que imaginamos: pode não ter grandes atuações e contar com alguns clichês, mas provoca uma reflexão trazendo alguns dos “big guys” do Facebook, Twitter, entre outras redes para falar sobre o assunto.

São pessoas que não se conformaram e precisaram agir ao ver o rumo que o trabalho delas estava tomando e causando em toda a sociedade.

O Dilema das Redes e os problema das fake news

No documentário, podemos ver a engrenagem que está ligada às fake news e como elas podem ser poderosas. Elas chegam com muito mais facilidade às pessoas do que informações verídicas e isso está ganhando forma em cenários políticos, como, por exemplo, na eleição do presidente Trump, nos Estados Unidos.

Ah! E temos dados sobre essa constatação: de acordo com uma pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), as notícias falsas se espalham 16 vezes mais rápido do que as verdadeiras no Twitter. Isso mostra o poder da manipulação que está nas mãos dos grandes veículos e dos personagens influentes.

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Precisamos entender os benefícios e malefícios das redes sociais

As redes sociais caminham em uma linha tênue do “bem” e do “mal”, se podemos colocar dessa forma. Elas conectaram pessoas, ajudaram a divulgar marcas, causas e criaram uma interação nunca vista, ultrapassando limites de tempo e espaço. Quanto tempo, por exemplo, demoramos para buscar uma informação no Google e encontrar a resposta? Segundos, provavelmente.

Mas, também tem contribuído para alimentar uma sociedade doente, que sofre de ansiedade, depressão e outras patologias da mente e da alma. O vício nos smartphones, por exemplo, também é um desses malefícios: com certeza você já esteve em uma roda de amigos em que todos, absolutamente todos, estavam em seus celulares, sem estabelecer um contato visual.

Ou deve conhecer alguém que, ao acessar os perfis de influenciadores, se comparou com eles e se diminuiu. Isso é muito comum, logo encontrar esse equilíbrio ao usar as redes sociais e qualquer meio de comunicação digital é essencial. Somente assim conseguiremos tirar todas as vantagens que elas têm a oferecer.

Será que o algoritmo, na verdade, somos nós?

No documentário O Dilema das Redes, vemos outra face das mídias. Uma em que somos números em uma grande engrenagem, que gira para trazer retornos para as grandes empresas do setor.

Em muitos casos, pode ser que um mero clique não gaste nada, financeiramente falando, mas por trás de tudo, aquilo foi colocado justamente para que essa ação fosse executada. E nesse caso o produto é você, que está pagando com o seu tempo precioso.

A verdade é que é uma via de mão dupla: se usarmos as redes com sabedoria vamos conseguir conquistar muitos frutos, mas é preciso saber dosar e não deixar que isso tome nosso dia e até a vida.

Em meio a discussões sobre vazamento de dados de usuários e fake news influenciando eleições, vemos que, afinal, o documentário é só a ponta do iceberg, mostra algumas coisas que já sabemos, outras que devemos abrir os olhos e prestar mais atenção para ter um posicionamento crítico em relação ao mundo e como lidamos com a tecnologia.